sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Presidente Lula entrega plataforma petrolífera em Angra

ANGRA DOS REIS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na cidade ontem para entrega da plataforma P-57 da Petrobras. A cerimônia aconteceu no estaleiro Brasfels e começou sob vaias dos metalúrgicos durante os discursos do prefeito Tuca Jordão (PMDB) e do presidente do sindicato da categoria, Paulo Inácio. Ambos conseguiram reverter a hostilidade e acalmar os ânimos dos trabalhadores, mas o clima festivo só aconteceu durante os pronunciamentos do presidente Lula e do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB). A cerimônia de “batismo” da plataforma de petróleo P-57 reuniu metalúrgicos, autoridades municipais e estaduais, ministros, governadores e senadores, além de representantes do estaleiro Brasfels e da Petrobras.
Durante a visita ao estaleiro, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, destacou a construção das plataformas P-51 e P-52 e os avanços na produção das unidades petrolíferas.
“Tivemos uma visão superdimensionada na construção da P-51 e P-52, mas avançamos com a simplificação de outras plataformas. Essa unidade inaugura uma nova geração de plataformas, concebidas e montadas a partir do conceito de engenharia que privilegia a simplificação de projetos e a padronização de equipamentos”, disse Gabrielli.
Com um discurso descontraído, o presidente Lula mostrou a afinidade de sempre com os metalúrgicos. Acompanhado de uma comitiva, Lula vistoriou a P-57 e cumprimentou os trabalhadores antes de “batizar” a nova plataforma. A cerimônia seguiu a tradição com a quebra da garrafa de champanhe no casco da plataforma, que foi ativada por meio de um dispositivo eletrônico. O presidente Lula parabenizou o povo do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis pela reeleição de Sérgio Cabral.
“Ele é uma experiência extraordinária e bem sucedida no Rio de Janeiro”, disse Lula. O presidente fez uma previsão para os próximos quatro anos e afirmou que o próximo mandato de Sérgio Cabral vai consolidar um conjunto de “coisas” que estão acontecendo no Rio de Janeiro.
Lula relembrou o período em que a indústria naval estava abandonada e desacreditada no país. “Quando a gente começa a olhar o que era o estaleiro na década de 60 e o que foi de 70 até 2003, a gente começa a imaginar quanto tempo o país perdeu com governantes sem visão de desenvolvimento”, criticou. Para frisar o pensamento, o presidente disse que um país que não exercita a capacidade profissional e intelectual do seu povo será tratado como insignificante.
Lula elogiou os trabalhadores brasileiros como um dos mais criativos do mundo quando são motivados e comemorou a recuperação de 600 mil postos de trabalho no país com a retomada da indústria naval e a importância da Petrobras como uma empresa que pertence ao país.     
“Teve um tempo em que a diretoria da Petrobras achava que era o Brasil que pertencia à Petrobras, e não a Petrobras que pertencia ao Brasil. Tinha presidente que falava que a Petrobras era uma caixa preta e ninguém sabia o que acontece lá dentro. No nosso governo, ela é uma caixa branca e transparente, mas nem tanto assim, mas é transparente. A gente sabe o que acontece lá dentro e decide muitas das coisas que ela vai fazer”, afirmou o presidente.
O término da obra da P-57 é motivo de comemoração, mas também traz apreensão para os trabalhadores, que temem uma desmobilização em massa como normalmente ocorre na conclusão dos projetos da indústria naval. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra, Paulo Inácio, o processo de demissões é um fato. “Hoje temos entre cinco e seis mil trabalhadores do Brasfels e cerca três mil trabalhadores de empresas subcontratadas. Com o término da P-57, calculo que haja cerca de quatro mil demissões, a começar pelas empresas subcontratadas”, disse Paulo Inácio.
O sindicalista afirmou ontem que está previsto para novembro um pacote de licitações para 28 obras. “Hoje, se o presidente falar que Angra vai ter cinco dessas obras que serão licitadas, elas só poderiam ser iniciadas em junho ou julho do ano que vem”, afirmou.
Para o deputado federal Luiz Sérgio (PT), autor da Lei da Indústria Naval, a P-57 representa a continuidade de uma diretriz do presidente Lula e sua determinação em construir plataformas no Brasil. O parlamentar afirmou que o aumento no volume de obras no estaleiro pode ser otimizado com a diversidade. “A empresa deverá participar de todas as licitações e expandir as atividades para construção de navios, plataformas e barcos de apoio e não se empenhar apenas nas plataformas”, disse Luiz Sérgio.
           

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